A palavra asana vem do sânscrito (आसन) e significa “‘sentado”. Nos Yoga Sutras, Patanjali define asana como uma posição estável e relaxada, referindo-se às posturas sentadas usadas para práticas de meditação.
Asanas são posturas físicas pertencem ao Hatha Yoga, que é o ramo mais popular do Yoga. Através das posturas de Yoga, você coloca seu corpo em posições devocionais destinadas a cultivar concentração, equilíbrio e relaxamento. Asanas podem levá-lo a experimentar uma meditação, proporcionando uma profunda sensação de descanso e paz, como um sono profundo que faz você acordar fresco, sentindo que suas energias corporais e mentais têm energia que foi restaurada e revitalizada.
Como Patanjali explicou: “A postura é dominada ao liberar a tensão e meditar no Ilimitado.” (Sutra 2.74) Em suma, a postura estável e confortável vem de dois modos:
1- Soltando todas as tensões para permanecer na postura
2 – Focando sua mente e meditando no infinito
Para alcançar esse estado meditativo durante a sua prática de Yoga, é necessário respirar adequadamente e praticar com um verdadeiro espírito de devoção, rendendo-se ao divino. Vamos examinar cada um desses tópicos.
1- Respiração adequada
Ao executar uma postura de Yoga, seu corpo deve estar firme e relaxado. Para isso, respirar profunda e lentamente pelo nariz é fundamental. Isso permitirá que seu corpo e mente liberem tensões e relaxem na postura.
A respiração e a mente são interdependentes e entrelaçadas. Isso significa que, uma vez que você controla o prana (energia vital) através da respiração, sua mente é controlada automaticamente. Ao controlar a respiração, você treina sua mente para se manter calma, porque controla o prana, que é o que faz sua mente se mover. À medida que sua respiração se torna constante e suave, sua mente e os movimentos do seu corpo também.
Respirar profundamente permitirá que o ar entre em todas as partes dos pulmões, mantendo alta oxigenação, o que significa fornecer oxigênio a todo o corpo, fazendo com que você se sinta menos cansado. A respiração profunda também incentiva o processo de desintoxicação, o que significa que você removerá substâncias prejudiciais ao seu corpo. A respiração adequada faz com que você use o conjunto correto de músculos, o que também melhorará sua postura, fortalecendo os músculos abdominais e aliviando a tensão no pescoço e nas costas.
Uma vez que você se acostuma a respirar corretamente, seu corpo logo entenderá e você vai respirar corretamente na sua vida diariamente.
2 – A prática de devoção e entrega
A prática da devoção é chamada Ishvara pranidhana. Significa deixar de lado a necessidade de controlar e dedicar-se inteiramente a servir a Consciência Suprema. Essa atitude interior coloca nosso ego de lado, liberando-nos de suas aflições e desejos.
Através da devoção, pode-se experimentar cada asana como uma oportunidade de se render e se conectar com a ordem cósmica. A devoção pode nos levar além da técnica, abrindo nossos corações e nossa percepção intuitiva para entender o Yoga em um nível mais profundo, levando-nos a um estado de meditação durante a execução de posturas de Yoga.
Como Patanjali ensinou: “A perfeição em Asana é alcançada quando o esforço para realizá-la se torna sem esforço e o infinito ser interior é alcançado.” (Sutra 2.42)
Isso significa que, ao aprender a deixar seu corpo se levar e se render nas posturas, você experimentará cada Asana como uma oração em movimento, uma oportunidade de voltar o foco da mente para dentro e descobrir a sabedoria inata do seu corpo.
Ao se render ao divino, você se oferece como veículo da vontade divina. Ao deixar de lado a idéia de “eu” como o “executor”, você permite que a Consciência Suprema o guie.
Essa atitude interna em relação ao poder superior nos leva a superar o estado comum de desconexão para experimentar a unidade com o divino, o que significa entrar em contato com a nossa verdadeira essência divina.
A descoberta de nossa natureza divina é representada pela Flor de Lótus. As pétalas de flores de lótus em desenvolvimento representam o desenvolvimento das virtudes e o despertar da consciência humana para a iluminação espiritual. Assim como a flor de lótus luta para se elevar em águas barrentas, subimos de nossas limitações e sofrimentos até elevarmos nossa consciência e descobrirmos a divindade dentro de nós.
Patanjali explica que, quando os asanas são dominados, o yogi não é tocado pelos pares de opostos. (Sutra 2,48). O que isto significa?
Geralmente nos vemos como separados do mundo. Nós olhamos o mundo e as situações que se desenrolam como sendo separadas de nós. Essa ideia tradicional de dualidade nos faz acreditar que somos diferentes do mundo, que se torna um objeto de nossas afeições, angústias, aversões, julgamentos etc.
Quando a postura do Yoga é dominada, você supera a barreira da dualidade e alcança um nível mais alto de consciência. O domínio do asana vem, portanto, quando você alcança um estado de “silêncio” ou “vazio” na postura, permitindo que a harmonia das esferas celestes chegue até você. Quando você alcança esse estado, pode sentir que seu corpo está sendo levado pelo fluxo dos movimentos, e não você quem está fazendo os movimentos. Quando você alcança esse estado, seu ego não está mais no comando e você fica livre para desfrutar de estar em harmonia com o todo.